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sexta-feira, 15 de abril de 2022

Uma Opinião Sobre a Páscoa

 Olá, caríssimos leitores! Há quanto tempo!

Hoje venho compartilhar uma reflexão com vocês que considero importante, uma vez que é uma questão sempre posta em tempos de Páscoa por toda a comunidade Cristã e também pelos não cristãos, que muitas vezes não entendem as simbologias das religiões.

Eu pensava sobre o "sacrum facere" ou o fazer sagrado, que se tornou popularmente conhecido como o  Santo Sacrifício, comemorado sempre na quinta-feira da semana de Páscoa e o seu verdadeiro sentido.

Em Lucas 22:19, em Matheus 26:26 e Marcos 14:22, os três nos contam sobre esse momento onde Jesus prepara os seus discípulos para o momento do sacrifício pelo qual ia passar e deixa a seguinte mensagem:

Enquanto comiam, Jesus pegou um pão, deu graças, quebrou-o e deu aos seus discípulos dizendo: "Tomai e comei, este é o meu corpo que é dado por vós," E do mesmo modo, ao fim da ceia, ele pegou o cálice e deu aos seus discípulos dizendo: Tomai e bebei todos vós. Este é o meu sangue. O sangue derramado pela nova e eterna aliança para que estejam sempre livres do pecado."

Imaginando esta cena e tentando sentir o que Jesus tentava dizer com este sacrifício, refleti o seguinte:

Toda a responsabilidade, toda a obrigação que tomamos para nós se torna um compromisso. E este ato acaba sendo uma forma de doutrinar, de domar os nossos instintos da preguiça, do desânimo, da sugestão externa e interna de que é desnecessário, de que já é o bastante ou qualquer outro pensamento de desistência.

Eu entendo o santo sacrifício como esse esforço. De lembrar "ad eternum"  até a volta de Jesus as verdades que Ele nos trouxe. Para que as revelações que Deus nos ofereceu através Dele, nunca sejam esquecidas, além de gerar o sacrifício da obediência, nos tornando íntimos e práticos com os sacrifícios que o próprio Jesus praticou para nos libertar do pecado original e nos reconciliar com Deus.

Fiquei pensando que parece uma coisa tão obvia e tão simples em relação ao que Jesus sofreu e me perguntando por que então há tanta controvérsia, tanta rejeição por aqueles que justamente mais precisam?

Conclui que as pessoas só vão crer nisso quando, aqueles que professarem esta crença sejam, de fato, buscadores da sua vivência.

As pessoas observam o que somos pelo que fazemos, pela forma como agimos com os outros, como nos posicionamos perante à vida. A nossa energia, emanada pelo nosso coração, não mente e não engana.

De tudo o que eu li, não entendo que Jesus esteja ao lado das prostitutas, dos ladrões ou dos excluídos. Ele esteve inclusive a lado de um soldado romano, de homens de posse.  Vejo que Jesus estava para aqueles que o ouviam, para aqueles corações voltados à mensagem que Ele vinha trazer. É que, normalmente, vemos os que sofrem como mais suscetíveis à busca pela luz Divina ou pela cura das dores da alma, deveria, mas nem sempre. O que entendo é que Ele sentia a energia da disposição para a mudança. Ele falava para todos, porém filtrava aqueles que se dispunham a tentar serem um pouco melhores do que ontem.  

Se Ele não tivesse feito essa distinção benéfica, positiva, não faria sentido algum se empenhar no sacrifício da mudança interior. Ele lavaria os pés até daqueles que não creem. Não acho que foi isso que Ele fez.

Por isso, me preocupo com quem diz: " Temos que estar ao lado dos excluídos e marginalizados como Jesus esteve." Esta ideia pode, sem querer, dar uma conotação de proteção aos criminosos e a qualquer pessoa que "se coloque" vulnerável, mas que no entanto não tenha o coração inclinado para Deus.

Deus faz assepsia sim. Não por ideias materiais, mas sim espirituais. Ele separa o joio do trigo e nos induz a isso também. Mas a intenção é interior e não exterior. É a profundidade e não a superficialidade. É o posicionamento perante à vida e não à aparência ou ao que ostenta. É a verdade interna e não o rótulo colocado.

O segundo mandamento das tábuas de Moisés, depois de amar a Deus sobre todas as coisas,  é o de que "não devemos tomar o santo nome de Deus em vão." Essa exortação é para que nos preocupemos com as ações Divinas. Professar Deus não é crer Nele. Quem crê de fato, se esforça para ser. Por isso Jesus esteve aqui. Para nos ensinar como. E é para essa disposição que a Páscoa nos convida.

Até a próxima e uma ótima Páscoa, repleta de boas mudanças interiores para todos!

Alê Luiza