Encontre aqui o que deseja

Pesquisa personalizada

domingo, 31 de maio de 2020

A "ESPERTEZA" SOCIAL

Por Alessandra Luiza

Se tem uma coisa de que a minha mente gosta de fazer, é pensar. É um prazer inenarrável refletir sobre as situações que passo ou sobre coisas que vejo diante de mim, quando simplesmente ouço uma história ou obtenho uma informação.
E nesse automático, que vai sempre pela linha de buscar uma visão diferente, vão acontecendo de vez em quando uns estalos, uns insights inspiradores, como esse que eu acho válido compartilhar com meus queridos leitores.
O termo "esperteza" que citei no título de hoje, é uma prática ou uma visão quase que generalizada no sentido de característica natural no meio dos viventes sagazes. A necessidade de se sobrepor, de se sobressair aos demais para garantir um status de superioridade é alimentado e de certa forma premiado nas situações do dia-a-dia, garantindo assim, a manutenção da ideia de que ser "esperto" é a condição para ser admirado e valorizado em sociedade.
Dentro dessa expressão, "esperteza", existe uma gama de características que somadas, constroem a escolha de culminar num ato de prevalência sobre algo ou alguém. É sobre essas características que eu quero refletir hoje. É basicamente a indagação: O que motiva uma pessoa, que teoricamente possui todos os sentimentos inerentes ao ser humano, inclinar para aquele que o faz se definir como melhor ou mais inteligente, ou mais alguma coisa que o outro?
Quando paro para analisar o potencial humano, nas minhas relações do cotidiano mesmo, eu percebo nitidamente, que todos, sem exceção, possuem, quando não uma inteligência cognitiva, lógica ou científica, adjetivos que eu diria fundamentalmente complementares às características que acabei de citar. É como se frações da perfeição fossem distribuídas entre as pessoas e que elas fossem se reunindo, quem sabe "quanticamente", para que as histórias pudessem ser construídas de maneira assim, perfeita, porém não individual. Ou seja, se faz algum sentido nessa minha reflexão, o sistema terreno foi constituído de maneira que a evolução dos fatos, o desenrolar dos acontecimentos, fosse dado a muitas mãos, de maneira ampla e não exatamente direcionado, embora os papeis e os potenciais sejam individualizados. Como um quebra-cabeças mesmo! Que só se completa com todas as peças, não sendo uma menos importante que a outra. Se falta uma, seja na parte central da figura, seja na área mais ou menos colorida, não será uma imagem completa.

Eu sempre tento desenvolver uma raciocínio antes de chegar ao ponto exato, para ter a certeza ou mapear um caminho do pensamento que me leva aos "insights" que citei no começo do meu texto.

Fato é que me vejo hoje inserida numa sociedade que julgo doente, não necessariamente por cometer erros, alguns atrozes. Não só pela questão terrível de não, ao menos tentar, se colocar no lugar do outro. Mas porque o senso fundamental, que faria todo o contexto funcionar perfeitamente, de enxergar a importância básica de cada um na construção do cenário social, na engrenagem inquestionável que tece o ecossistema, apesar de tantos estudos esclarecedores sobre o assunto, ainda é cego ou falho para muitos.

É.. cidadãos que se auto-intitulam de bem, com poder e obrigação de utilizá-lo para a construção de riquezas, seja efetivando, autorizando ou controlando a exploração das atividades econômicas, de maneira responsável, contribuindo positivamente na vida geral ou com o menor impacto negativo possível, com foco no desenvolvimento digno das pessoas, acabam por se utilizarem dele para benefício próprio, com a clara certeza de se considerar merecedor natural de tal privilégio. Para uma grande parte, o poder na estrutura social é Divino, o que eu, particularmente, concordo. Mas não no sentido religioso defendido ao longo da história, de que é absoluto e perfeito e que não deve ser questionado. Aliás eu vejo tantas verdades positivas sendo manipuladas a bel prazer, que acabam por se transformarem em manipulação e exploração irresponsável e egoísta, gerando por outro lado equívocos de interpretações e repulsa pelas coisas Divinas. Analiso pelo lado geral. A vontade do Criador para mim está presente em todas as posições sociais. Vejo pelo lado do que é bom e benéfico para todos, ainda que exista o sistema natural de diferenças necessárias, que não deveria se transformar numa desigualdade desumana como vemos hoje, se a consciência fosse outra. Fosse aquela que gerou o insght na minha reflexão.

Mas o egoísmo, esse distúrbio doentio, que leva o senso humano para longe, não se sobressai apenas nas camadas de poder. Mais um grandessíssimo problema!. A ideia de "grandeza", a de ser meritoriamente melhor do que o outro em algum ou vários aspectos, se manifesta também na camada social mais simples, de força de trabalho. Essa parte da sociedade, que é bem grande, apesar de sofrer as consequências da visão egocêntrica que a recai, acaba replicando, espelhando esse egoismo em cadeia. Vão sendo criadas assim camadas cada vez mais inferiores, para que haja sempre comandados pelo poder, ainda que inventado ilusoriamente. E essa aberração, por não ser algo inerente à espécie humana, porque vejo o egoísmo como um objeto estranho no comportamento, por isso causa tantos distúrbios, vai causando reações das mais diversas, que vão gerando ações metafísicas protetivas cada vez mais individuais e destrutivas.
Aqueles que conseguem perceber esse ser estranho no meio do convívio, que gera tanta discórdia, os mais "iluminados", vão tentando criar mecanismos ainda mais abrangentes e libertários, que algumas vezes são mal interpretados, como consequência do engenho arquitetado pelo egoísmo, que não nos pertence.

Pode parecer uma visão maluca afirmar que o egoísmo, tão presente no dia-a-dia, tão refletido e comentado por estudiosos, como os id's, egos e superegos, por exemplo, seja algo que esteja fora da característica humana. Mas eu vejo os seres com potenciais tão incríveis, tão necessários uns aos outros para completar a plenitude do ser... Definitivamente, essa "esperteza" não é nossa.

E de repente, essa cobra, tão esperta, relatada na Gênesis bíblica, está vivíssima até hoje entre nós, nos insuflando e instigando a termos pensamentos e sentimentos contraditórios cada vez piores. A morte dela não foi citada nas escrituras sagradas. E notem que ela vive no paraíso, em meio à perfeição. Ela é aquela que, com todo o conhecimento, estrategicamente desmonta as peças que são encaixadas, para que nunca esse quebra-cabeças se complete perfeitamente.

Por que? Eis a questão.

Eu precisava escrever isso.





quinta-feira, 28 de maio de 2020

SERIA DEUS

Por Alessandra Luiza

Seria Deus o maior dos arquitetos?
Para construir incessantemente paisagens que se modificam a cada milésimo de segundo?
Seria Deus o maior dos cientistas para criar de maneira permanente as mais imaginárias e possíveis combinações químicas que resultam nas mais diversas formas de existir no planeta Terra?
Seria Deus a maior inteligência de todas, para carregar todas as possibilidades de reflexões sobre todos os temas, abrangendo todas as situações, de qualquer natureza e assim conheça todos os comportamentos e desfechos que deles possam suceder?
Seria Deus o ser mais curioso e desejoso de conhecimento da existência a ponto de, mesmo sendo o maior criador e o possuidor de todas as inteligências, ainda queira conhecer e imaginar as possibilidades que não foram criadas?
Seria Deus a mais incansável das criaturas para que, sempre perseverante, não desistisse da ideia de permitir que o dia clareie mais uma vez e outra e outra e até o infinito e além?
Seria Deus um exemplo da perfeição ao ponto de criar vários sistemas de vida, com ciclos exatos, que se repetem rigorosamente no decorrer da complexidade dos tempos?
Seria Deus o mais justo dos justos para enxergar as criações perfeitas, com seus ciclos impostamente repetitivos, que trazem a harmonia para tudo existir e ser criado, como um lado tirano seu que precisava ser corrigido?
Será que foi nesse momento que, para expandir a sua própria consciência, que já seria a maior de todas, até quem sabe um pouco entediado com tanta perfeição, ele, numa criação ousada, inventasse o ser humano, único ser, segundo a nossa limitada consciência, capaz de fazer escolhas e de transformar o ambiente, que já seria perfeito?
Seria Deus o mais benevolente de todos,  capaz de ofertar a sua criação perfeita, de tudo o que já existia, para que uma nova criação tivesse o poder relativo de criar como Ele e de comandar outras criaturas existentes?
Nesse pensamento que se discorre, fica no ar a dúvida de,  caso as respostas acima sejam positivas, como deve estar a mente do maior criador, mais inteligente e curioso, que nunca se cansa, em seu justo julgamento? Como seria a sua reflexão perfeita sobre todos os acontecimentos atuais e os do decorrer dos tempos?
E se não foi Deus?

Obs.: A minha conclusiva reflexão nessas perguntas é de que só pode ter sido Deus. A reflexão é aberta, mas respondo para não haver equívocos de interpretação sobre o pensamento da autora no momento de escrever. O título não é uma pergunta. E a última questão continuará uma incógnita.