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sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Reflexões

 O ódio diz que resolver as coisas com a paz é a maior das tolices humanas. Sugere sempre que a mansidão não muda nada e que ela significa submissão e comodismo. 

Esse trabalho que o ódio faz tão bem no meu ouvido, no seu ouvido e no ouvido de cada um, diuturnamente, me lembra muito a cobra que metaforicamente é citada no livro mais lido do mundo: a Bíblia Sagrada.

É claro que eu não sou adepta à visão de que o conhecimento pertença a uma árvore proibida ou pecaminosa. Mas quando me refiro a essa afirmação tão temida há mais de sei lá quantos anos, imagino que os que mais criticariam esses vagos pensamentos que aqui exponho provavelmente serão aqueles que se alimentam e desfrutam das maçãs como elixir de poder. Comem cada vez mais. Meu apreço é maior pela ideia de cultivá-las. Sou do tipo que gostaria que tivessem muitas macieiras pelas ruas. Para quem quisesse comer maçãs. 

Mas volto à reflexão inicial observando que somos constante e insistentemente bombardeados com a ordem de que só luta quem enfrenta com o sangue atingindo a ebulição ou quando a língua se transforma numa arma potente, dessas de última geração, que atira tudo o que pensa e não deixa barato, com um poder tão grande que coloca a educação imóvel, amordaçada num canto qualquer. E sigo caminhando pelos túneis da vida,  tentando enxergar alguma chance, alguma luz além da que carrego comigo de que a Terra um dia encontre a paz. Fico só vendo as "Evas" (pessoas que aceitam as sugestões do ódio) propagando aos "Adãos" (aqueles que sequer viram de onde o ódio veio que mordem as maçãs com vontade). As podres. Mordem tão rápido que não prestam atenção. E pelo visto, todos esses vão continuar por aqui durante muito tempo. Fazer o quê? 

Enquanto isso eu sigo negando o ódio e sendo atacada por ele de nomes que provam o seu descontentamento. Sabem de uma coisa? Continuarei descontentando o ódio. Gosto disso. É meu jeito de lutar.

Por Alessandra Luiza


terça-feira, 24 de novembro de 2020

Mulheres Empoderadas

Por Alessandra Luiza

Nobres leitores do blog Plurimulher, que criei em 2010 com o intuito de unir meus pensamentos com a habilidade e o gosto pelas palavras escritas. Neste espaço procuro expressar não somente as minhas reflexões, mas também os meus sentimentos numa plataforma que não obriga ninguém a ler. Procuram os meus temas e descobrem as minhas letras aqueles que por vontade própria ou energia, quem sabe, se conectam.

Aqui vocês não lerão nada que não sejam ideias, meras ideias, que podem mudar ao longo do tempo. Nada é imposto ou colocado como verdade absoluta. Até porque a "plurimulher" que acredito busca trazer ao mundo todas as virtudes e habilidades que só o ser feminino, diverso como é, tem para oferecer. E esse trabalho implica em mudanças, muitas mudanças.

Hoje vou dissertar sobre o tema "Empoderamento Feminino". Quem espera ler aqui algo sobre: Mulher é igual ao homens, os homens tem que respeitar a mulheres, mulher pode ser o que quiser ou algo do tipo, vão se decepcionar. Quem me conhece sabe que busco sempre a reflexão por outros caminhos. Gosto de observar todos os lados, todas a reações de gênero e principalmente, buscar a causa de cada uma. Isso sim me encanta! Por que o que me interessa mesmo, o objetivo de ler o mundo é o de encontrar hábitos que levam a uma vida realmente boa e prazerosa para mim e para os que me cercam, sob qualquer circunstância.

Vou aqui então fazer uma lista simples sobre o que eu considero como ser uma mulher empoderada e que tipo de empoderamento eu como mulher e com todo o prazer de ser, busco colocar em prática todos os dias de minha passagem pela Terra. Repito que não acredito em verdades absolutas, mas a quem se identificar ou enxergar algum sentido ou a quem até não concorda, porém respeita a minha visão, fica aqui o meu abraço. 

A mulher empoderada para mim...

A mulher empoderada para mim é aquela que acorda de manhã e tem aquele dia como presente e já desce da cama pensando em construir um dia bacana para ela e para as pessoas que estão com ela; 

A mulher empoderada para mim é aquela que sabe a importância que a sua visão mais sensível tem e que pensa em como vai utilizá-la de uma maneira inteligente para ser bem compreendida;

A mulher empoderada para mim tem plena consciência da necessidade de ter saúde física e por isso cuida da sua alimentação e da sua higiene pessoal como algo indissociável de uma vida com qualidade; 

A mulher empoderada para mim é aquela que tem gosto por aprender coisas interessantes, aquelas que podem fazê-la crescer e se desenvolver como ser humano;

A mulher empoderada é capaz de ler com prazer sobre tudo em plataformas diversas, físicas ou digitais, sejam livros, artigos, revistas, sobre os temas mais variados, desde culinária, beleza, humor, fitoterapia até física quântica. E lê textos grandes até o fim porque busca ser aquela que faz jus à sua complexidade humana;

A mulher empoderada tem bom humor e sabe que as responsabilidades necessárias do cotidiano e o cuidado com os detalhes exigem muito da mente, pesando o espírito no final do dia e que somente  boas gargalhadas podem devolver o equilíbrio da paz;

A mulher empoderada usa a sua poderosa sensibilidade para apreciar as belezas da vida. Elas gostam de arte, da natureza, dos encantos sutis e singelos escondidos onde quase ninguém é capaz de ver, o que traz mais leveza aos seus dias cheios de compromissos;

A mulher empoderada, por ser antenada com tudo, tem sempre uma opinião interessante e quando não sabe sobre algo, não desperdiça suas palavras apenas para impor o seu ponto de vista. Ela quer falar com propriedade e vai em busca do conhecimento necessário e completo para contribuir positivamente;

A mulher empoderada não suporta fofoca ou falar negativamente das vidas alheias porque a quantidade de assuntos interessantes que ela tem para expressar, não dá espaço para temas que além de não acrescentar, arranham a sua imagem. Ela fala sobre problemas sociais gerais com o objetivo de encontrar soluções inteligentes. Ela tem plena consciência do seu próprio valor e do valor que cada pessoa também tem. Ela não enxerga com bons olhos aqueles que tentam diminuir os outros;

A mulher empoderada quer ficar marcada por suas inteligências, intelectuais e emocionais e não admite sair do seu equilíbrio num debate ou mesmo numa discussão simples, muito menos levantar a voz, mas fala com toda a firmeza e o poder que só uma mulher que se admira e sabe o que está falando consegue. Ela não entra numa briga para perder.

A mulher empoderada gosta de homens fortes, que se sentem poderosos também e que fazem jus ao título, porque assim não precisam de serem cobrados por elas; Para a mulher empoderada não existe a possibilidade de ensinar um homem como ele deve ser ou se comportar, porque o seu homem já sabe muito bem;

A mulher empoderada não escolhe o seu homem pela conta bancária, mas também não aceita ser banco de homem nenhum. Ela quer aquele que se empenha tanto quanto ela para viver uma vida de qualidade. Tendo ou não uma vida financeira consolidada, o homem que ela quer precisa ter o caráter forte, antes de qualquer coisa.

A mulher empoderada não precisa e não quer ter que exigir respeito nem dos homens e nem das mulheres porque antes de tudo ela se respeita;

A mulher solteira que é empoderada, não entra numa relação onde o homem é comprometido porque, assim como ela faz suas escolhas com sabedoria e atitude, ela não aceita alguém que não saiba fazer o mesmo quando está infeliz, muito menos alguém que brinque com os sentimentos alheios ou não saiba o que quer;

A mulher empoderada solteira não procura relacionamentos porque é feliz consigo mesma e sabe que para compartilhar a sua vida equilibrada e feliz precisa ser com alguém com a mesma vibração. Ela tem plena consciência de que alcançar essa dádiva é como descobrir um tesouro e admite tranquilamente que quando isso é possível, sua vida incrível fica ainda melhor. E enquanto não encontra, segue deixando seus rastros de virtudes por onde passa;

A mulher empoderada casada respeita o seu matrimônio e os seus filhos. Ela não trai porque escolheu o seu parceiro com o amor próprio que possui e portanto está feliz na relação. Quando o casamento de uma mulher empoderada fica ruím, ela utiliza o diálogo respeitoso para compreender o motivo, porque ela entende que o outro é tão humano quanto ela e quando sozinha não consegue resolver, busca ajuda profissional. Se depois de tudo as coisas continuam ruíns, sem perspectiva de evolução, ela se recusa a viver numa relação infeliz e coloca um fim definitivo, sempre com a sua dignidade e o seu respeito intactos. 

A mulher empoderada fica sozinha o tempo necessário após um término para compreender bem os erros e acertos da relação anterior.

A mulher empoderada não usa o seu corpo ou seu "sexappel" para conquistar os homens. Esse tesouro ela guarda para aqueles que realmente a conquistaram e provaram que merecem o prêmio;

A mulher empoderada educa filhos poderosos;

A mulher empoderada reconhece que este título dá bastante trabalho, mas ela não tem medo de se empenhar porque ela deseja conquistá-lo mais do que tudo, de maneira genuína. Sem precisar exigi-lo.

Essa mulher não somente é respeitada como também admirada e ajuda o mundo a ficar melhor.

Precisamos de mulheres empoderadas, precisamos de Plurimulheres. Sempre há tempo de encontrá-las em nós. Eu vou buscá-la todos os dias, enquanto eu viver e você?










quinta-feira, 5 de novembro de 2020

 Caros pensantes leitores, 

Estou eu hoje aqui refletindo, fazendo conexões sobre as questões que comovem a massa e observando com muito cuidado todas as opiniões que são lançadas. Me entristeço um pouco! A orquestra começa a tocar apenas uma música e logo ela se tornar tão popular a ponto de não se tolerar nenhuma outra ou mesmo um tom diferente para a que está sendo tocada em todas as rádios. 

Como pode o homo-sapiens-sapiens evoluir tão lentamente? E olha que não me acho inteligente não, pelo contrário! Sou mega distraída pra algumas coisas e também preciso de um tempo para formar opinião sobre algo. Mas me refiro ao exercício que, além de eu gostar bastante, vejo como fundamental para viver nesses mundão de Deus: o pensar, o refletir, o questionar, o buscar os lados e os porquês.

Neste exercício, resumo o caso Mariana Ferrer, que foi estuprada inconsciente por um cara totalmente sem noção e infeliz, perdido no dinheiro que tem e deslumbrado no mundo fútil em que vive, da seguinte maneira: Ele cometeu um crime! Tem que pagar. Não existe justificativa pro seu ato criminoso. Isso é INQUESTIONÁVEL! PONTO. Porém...

A postura dela deve ser debatida SIM! 

A quem interessa que as "marianas" continuem a existir? A esses próprios caras sem noção!

Mulheres que vão seguir suas vidas de uma maneira, que talvez nem tenha sido o caso da menina em questão, mas que é o que vemos por aí, mostrando exuberância e seduzindo com suas partes eróticas, usando substâncias químicas de todos os tipos nas festinhas frequentadas por esses tipos. As que vão continuar defendendo que fazem o que bem entendem das suas vidas e que este tipo de diversão é liberdade, vão, na minha singela opinião, continuar sendo as mesmas que dizem que os homens não prestam, que não querem nada sério e que o amor não existe.

Autopreservação é um gesto de amor próprio. Cuidar-se de si mesma é uma liberdade que gera autoestima e mostrar o que é valioso só vale pra quem realmente já provou que merece.

Mas é incrível como ninguém quer tocar nesse assunto. As próprias mulheres condenam e atacam quem fale sobre essa postura "libertina". Só o homem pode ser julgado? A mulher não?

Nem acho que ela nesse caso, deva ser julgada. Quem deve ser condenado é ele. Mas o seu perfil pode e deve ser analisado e debatido SIM.

Vamos começar a pensar em quebrar as vitrines dos prazeres doentios. Esses homens, que enxergam as mulheres apenas como "comida", precisam morrer de fome.

Nós mulheres precisamos focar no desenvolvimento de nossas habilidades eróticas e o nosso sexy-appel apenas para quem realmente valha a pena e que nos queira verdadeiramente bem. 

Respeito quem não concorda com a minha opinião. Mas não comungo de que os homens são todos canalhas e de que as mulheres são todas sempre santas e injustiçadas. 

O bom existe, o ruím existe, o virtuoso e o mau-caráter também, independentemente do gênero. Aprendamos a diferenciá-los e vivamos com mais qualidade.

Por Alessandra Luiza

terça-feira, 29 de setembro de 2020

O Começo do Caos

 Nobres leitores deste blog,

Me pego hoje numa reflexão íntima que acho interessante dividir aqui com vocês, com o objetivo de uma busca por respostas para a pergunta: Qual seria a estrutura social mais saudável pra gerar harmonia entre a humanidade? Essa é uma pergunta bastante complexa que perpassa milênios e que independentemente do pensamento dominante do momento, sempre há conflitos e mais perguntas e acabamos por ter sérias dificuldades de encontrar uma única definição que nos leve à paz. Apesar de tantas controvérsias, viver com tranquilidade é o que todos os seres humanos almejam. 

O pensamento Cristão, que tantos defendem, inclusive eu, era de extremo respeito às mulheres, seja qual fosse a sua escolha de vida e as inseriu em vários contextos da passagem de Jesus pela Terra.

No entanto, uma grande parte do pensamento religioso insiste em colocar a mulher como ser inferior ao homem, justificando até hoje a passagem bíblica da gênesis que conta que o ser feminino nasceu da costela do varão.

No momento atual vivemos uma verdadeira batalha, extremamente necessária diante dos sofrimentos e incompreensões históricas, entre o gênero masculino e o feminino, na busca pela afirmação definitiva de quem é mais importante ou forte ou inteligente ou capaz, do que quem.

Observo tudo isso e compartilho com vocês a minha visão juntamente com o sonho, quase utópico, de que haja uma mudança nesse debate e que um dia, todos os homens e mulheres, possam se interessar com a mesma intensidade em descobrir de fato, qual seria a melhor saída para um convivência saudável e prazerosa, para ambos.

Começo a expressar a minha visão analisando a frase tão defendida por uns e tão repugnada por tantos: "O homem é o cabeça da família e da sociedade".

Eu concordo com ela e me identifico! Sim! Mas tenho muitas observações em seu torno também!

Numa conclusão momentânea, o que não tomo com uma verdade absoluta, mas diante às minhas experiências e minhas observações, estando sempre aberta à controvérsias e a bons argumentos,  acredito ser a frase citada uma máxima de uma "matrix" da qual estamos inseridos. Obedecendo a uma ordem cósmica. Assim como funciona todo o ecossistema universal, onde cada qual exerce o seu papel, sendo o homem e a mulher, tecnicamente, os únicos seres que podem contestar e escolher de acordo com o seu arbítrio, seguir ou não à uma ordem social e a criar quantas achar que convém.

Mas quando observo o resultado dessa liberdade de escolha, me assusto um pouco e caio na pergunta, que me gerou essa reflexão aqui exposta, de se haveria um mistério nessa "concessão" de liberdade. Se há um objetivo que possa ser atingido no final. Se após uma lapidação existisse uma única realidade da qual  pudessem os homens e as mulheres desfrutarem da paz tão sonhada durante a existência terrena.

Quando reflito sobre a ideia de o homem existir como o"Cabeça", que vai decidir os caminhos de ambos, vejo a mulher como a companheira imprescindível, que precisa usar toda a sua sabedoria emocional e todo o seu conhecimento científico também, para atenuar a carga de tal responsabilidade que recai sobre o sexo masculino ao assumir as consequências de más escolhas, contribuindo então com inspirações de qualidade. Embora achando um tanto quanto pesado demais, não vejo mal nessa estrutura e pensamento em si.

Se tudo o que foi criado obedece à uma ordem estabelecida há milhares de séculos, o que seria do sistema solar se o sol pudesse decidir nascer à noite ao invés de pela manhã? Como ficaria a existência dos planetas?

Seguindo essa linha de pensamento, vejo o início do mal ou do caos, quando esse homem (gênero masculino) que luta para salvaguardar o seu lugar de "Cabeça", não se coloca devidamente neste patamar. Alguns deles por mães que não o preparam para isso.

Observo uma desarmonia que começa também em homens que, se prevalecendo da máxima de ser  "o cabeça", maltratam as mulheres ao seu redor, vendo-as como meros objetos sem raciocínio, que devem obedecer às suas ordens, ainda que sejam imaturas, sem o menor compromisso com o que é justo e correto. Homens que não as respeitam sobre a sua fundamental importância na estrutura social e que não se esforçam para que ela estejam bem e felizes emocionalmente ao seu lado. Homens estúpidos que tem tudo nas mãos, mas insistem em cometer estultícias e desonrar o posto que tanto reivindicam.

Se, na estrutura universal é mesmo fato de que o homem seja o que deve decidir e assumir as consequências dessa decisão, esse ciclo do caos acaba sendo alimentado por mulheres que decidiram ser mais do que eles, que não aceitam que o seu curso de vida seja ditado por eles. O que analisando bem sob a ótica do livre arbítrio, até faz sentido, mas quem então assumiria o comando das coisas? Não há uma ordem cósmica ou ela é mesmo desnecessária só no tocante humano?

Por que vemos então tantas mulheres que chegaram onde queriam e que comandam as suas vidas se sentindo vazias ou sobrecarregadas por homens que não somente aceitam a condição, como se aproveitam delas?

Para finalizar o pensamento, se existe mesmo uma ordem universal, inclusive para os homens e mulheres com sua liberdade de escolha, não segui-la não significa acabar com ela, mas sim gerar um caos absoluto, exatamente como o que vemos em nossa sociedade atual.

Sou a favor desta discussão no campo científico, onde se possa buscar uma única resposta, mas como toda a boa tese, que ela esteja aberta a novas descobertas, sempre baseadas nas experiências sensíveis que possam surgir. Com o objetivo, como dito no início, a descoberta de um jeito mais harmonioso de se viver.

Termino com uma pergunta: Será que existe um mistério por detrás do livre-arbítrio, onde o segredo é aprender a obedecer, ainda que possa escolher não fazê-lo?

Por Alessandra Luiza




sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Completude do Viver

 Ah! A poesia!

Esse filtro mágico que adoça a vida
Que revela a mais sutil beleza
Nas coisas muitas vezes escondida

Numa situação delicada
Que não tenha solução 
É ela que traz a paz 
De que carece o coração 

No caminhar cotidiano 
Pra quê pensar demais nos problemas?
A desilusão não vai domar
A beleza que a imaginação alimenta

Parar sim pra ver a flor
Até comè-la, talvez!
Enquanto o passarinho canta
O sol se ergue outra vez

A natureza responde
A tudo o que é preciso saber
Ela inspira e limpa a mente
Para novas ideias florescer

Pra quê abrir mão da poesia?
Qualquer um pode querer
Não precisa ser poeta
Basta apreciar o viver

Ser sonhador ou metódico 
Razão ou inspiração 
Pra quê ser só uma coisa ou só outra
Se é possível ser as duas
E ambas são importantes 
Porque não ser então?

A chave do equilíbrio 
Está em todas as mãos 

21/08/2020

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

A Beleza e a Importância da Velhice

Por Alessandra Luiza
Como não amar a velhice? 
Se é justamente nela que descobrimos o sentido de tudo? 
Se é nela que descobrimos o valor do silêncio e com ela aprendemos a prestar atenção à intuição e segui-la sem argumentações por confiança e empirismo?
As consequências de desprezá-las agora são sentidas na experiência. 
É só depois de muito tempo que se consegue compreender que muitos equívocos poderiam ter sido evitados 
Ou que outros caminhos poderiam ter sido escolhidos.
Nessa diminuição de euforia e ansiedade, se vê pela primeira vez as águas mansas, paradinhas... 
E só na ausência de companhias que a velhice trás, é que se pode deixar esse fenômeno acontecer. 
O mar calmo abre as janelas do coração, da mente, da auto-proteção que o agito força a defender. 
Na juventude é praticamente impossível estar só. 
O mundo à volta não deixa! 
Eu ainda não cheguei no que chamam de velhice por faixa-etária, mas tive o privilégio de conhecer e conviver com o silêncio. 
Descobri cedo o valor da solitude numa pausa que chamo de "presente da vida". Tive a oportunidade de antever o que só a velhice pode ofertar e que eu gosto de chamar apenas de "maturidade". 
Vou continuar cuidando para chegar na fase senil com o máximo de saúde possível, para desfrutar da sabedoria com muita alegria e vigor, que a juventude trás e que a idade leva. Já que foi possível trazer a reflexão da velhice antes da hora, levarei um pouco da juventude para a última parte da vida, se assim Deus permitir. 
Acho que pode ser bom e serei grata.

sexta-feira, 26 de junho de 2020

BELEZA PRA MIM

Por alessandra Luiza

Beleza pra mim?
É íris encantada
É boca desenhada
É voz melódica e entoada
É hálito que dá frio na barriga
É cheiro de alma boa que voa
É abraço que envolve e acolhe
É doçura que o bom caráter emana
É inteligência despretensiosa
É elegância natural de estar bem
É segurança e verdade que transmite
É gostosura inexplicável só de estar perto
E nesse conjunto de maravilhas
É no brilho bonito que sai dele
Que mora a mais bela e singular das belezas
E que compõe os mais belos traços que moldam a imagem que vejo.
Fica até difícil decifrar...

domingo, 31 de maio de 2020

A "ESPERTEZA" SOCIAL

Por Alessandra Luiza

Se tem uma coisa de que a minha mente gosta de fazer, é pensar. É um prazer inenarrável refletir sobre as situações que passo ou sobre coisas que vejo diante de mim, quando simplesmente ouço uma história ou obtenho uma informação.
E nesse automático, que vai sempre pela linha de buscar uma visão diferente, vão acontecendo de vez em quando uns estalos, uns insights inspiradores, como esse que eu acho válido compartilhar com meus queridos leitores.
O termo "esperteza" que citei no título de hoje, é uma prática ou uma visão quase que generalizada no sentido de característica natural no meio dos viventes sagazes. A necessidade de se sobrepor, de se sobressair aos demais para garantir um status de superioridade é alimentado e de certa forma premiado nas situações do dia-a-dia, garantindo assim, a manutenção da ideia de que ser "esperto" é a condição para ser admirado e valorizado em sociedade.
Dentro dessa expressão, "esperteza", existe uma gama de características que somadas, constroem a escolha de culminar num ato de prevalência sobre algo ou alguém. É sobre essas características que eu quero refletir hoje. É basicamente a indagação: O que motiva uma pessoa, que teoricamente possui todos os sentimentos inerentes ao ser humano, inclinar para aquele que o faz se definir como melhor ou mais inteligente, ou mais alguma coisa que o outro?
Quando paro para analisar o potencial humano, nas minhas relações do cotidiano mesmo, eu percebo nitidamente, que todos, sem exceção, possuem, quando não uma inteligência cognitiva, lógica ou científica, adjetivos que eu diria fundamentalmente complementares às características que acabei de citar. É como se frações da perfeição fossem distribuídas entre as pessoas e que elas fossem se reunindo, quem sabe "quanticamente", para que as histórias pudessem ser construídas de maneira assim, perfeita, porém não individual. Ou seja, se faz algum sentido nessa minha reflexão, o sistema terreno foi constituído de maneira que a evolução dos fatos, o desenrolar dos acontecimentos, fosse dado a muitas mãos, de maneira ampla e não exatamente direcionado, embora os papeis e os potenciais sejam individualizados. Como um quebra-cabeças mesmo! Que só se completa com todas as peças, não sendo uma menos importante que a outra. Se falta uma, seja na parte central da figura, seja na área mais ou menos colorida, não será uma imagem completa.

Eu sempre tento desenvolver uma raciocínio antes de chegar ao ponto exato, para ter a certeza ou mapear um caminho do pensamento que me leva aos "insights" que citei no começo do meu texto.

Fato é que me vejo hoje inserida numa sociedade que julgo doente, não necessariamente por cometer erros, alguns atrozes. Não só pela questão terrível de não, ao menos tentar, se colocar no lugar do outro. Mas porque o senso fundamental, que faria todo o contexto funcionar perfeitamente, de enxergar a importância básica de cada um na construção do cenário social, na engrenagem inquestionável que tece o ecossistema, apesar de tantos estudos esclarecedores sobre o assunto, ainda é cego ou falho para muitos.

É.. cidadãos que se auto-intitulam de bem, com poder e obrigação de utilizá-lo para a construção de riquezas, seja efetivando, autorizando ou controlando a exploração das atividades econômicas, de maneira responsável, contribuindo positivamente na vida geral ou com o menor impacto negativo possível, com foco no desenvolvimento digno das pessoas, acabam por se utilizarem dele para benefício próprio, com a clara certeza de se considerar merecedor natural de tal privilégio. Para uma grande parte, o poder na estrutura social é Divino, o que eu, particularmente, concordo. Mas não no sentido religioso defendido ao longo da história, de que é absoluto e perfeito e que não deve ser questionado. Aliás eu vejo tantas verdades positivas sendo manipuladas a bel prazer, que acabam por se transformarem em manipulação e exploração irresponsável e egoísta, gerando por outro lado equívocos de interpretações e repulsa pelas coisas Divinas. Analiso pelo lado geral. A vontade do Criador para mim está presente em todas as posições sociais. Vejo pelo lado do que é bom e benéfico para todos, ainda que exista o sistema natural de diferenças necessárias, que não deveria se transformar numa desigualdade desumana como vemos hoje, se a consciência fosse outra. Fosse aquela que gerou o insght na minha reflexão.

Mas o egoísmo, esse distúrbio doentio, que leva o senso humano para longe, não se sobressai apenas nas camadas de poder. Mais um grandessíssimo problema!. A ideia de "grandeza", a de ser meritoriamente melhor do que o outro em algum ou vários aspectos, se manifesta também na camada social mais simples, de força de trabalho. Essa parte da sociedade, que é bem grande, apesar de sofrer as consequências da visão egocêntrica que a recai, acaba replicando, espelhando esse egoismo em cadeia. Vão sendo criadas assim camadas cada vez mais inferiores, para que haja sempre comandados pelo poder, ainda que inventado ilusoriamente. E essa aberração, por não ser algo inerente à espécie humana, porque vejo o egoísmo como um objeto estranho no comportamento, por isso causa tantos distúrbios, vai causando reações das mais diversas, que vão gerando ações metafísicas protetivas cada vez mais individuais e destrutivas.
Aqueles que conseguem perceber esse ser estranho no meio do convívio, que gera tanta discórdia, os mais "iluminados", vão tentando criar mecanismos ainda mais abrangentes e libertários, que algumas vezes são mal interpretados, como consequência do engenho arquitetado pelo egoísmo, que não nos pertence.

Pode parecer uma visão maluca afirmar que o egoísmo, tão presente no dia-a-dia, tão refletido e comentado por estudiosos, como os id's, egos e superegos, por exemplo, seja algo que esteja fora da característica humana. Mas eu vejo os seres com potenciais tão incríveis, tão necessários uns aos outros para completar a plenitude do ser... Definitivamente, essa "esperteza" não é nossa.

E de repente, essa cobra, tão esperta, relatada na Gênesis bíblica, está vivíssima até hoje entre nós, nos insuflando e instigando a termos pensamentos e sentimentos contraditórios cada vez piores. A morte dela não foi citada nas escrituras sagradas. E notem que ela vive no paraíso, em meio à perfeição. Ela é aquela que, com todo o conhecimento, estrategicamente desmonta as peças que são encaixadas, para que nunca esse quebra-cabeças se complete perfeitamente.

Por que? Eis a questão.

Eu precisava escrever isso.





quinta-feira, 28 de maio de 2020

SERIA DEUS

Por Alessandra Luiza

Seria Deus o maior dos arquitetos?
Para construir incessantemente paisagens que se modificam a cada milésimo de segundo?
Seria Deus o maior dos cientistas para criar de maneira permanente as mais imaginárias e possíveis combinações químicas que resultam nas mais diversas formas de existir no planeta Terra?
Seria Deus a maior inteligência de todas, para carregar todas as possibilidades de reflexões sobre todos os temas, abrangendo todas as situações, de qualquer natureza e assim conheça todos os comportamentos e desfechos que deles possam suceder?
Seria Deus o ser mais curioso e desejoso de conhecimento da existência a ponto de, mesmo sendo o maior criador e o possuidor de todas as inteligências, ainda queira conhecer e imaginar as possibilidades que não foram criadas?
Seria Deus a mais incansável das criaturas para que, sempre perseverante, não desistisse da ideia de permitir que o dia clareie mais uma vez e outra e outra e até o infinito e além?
Seria Deus um exemplo da perfeição ao ponto de criar vários sistemas de vida, com ciclos exatos, que se repetem rigorosamente no decorrer da complexidade dos tempos?
Seria Deus o mais justo dos justos para enxergar as criações perfeitas, com seus ciclos impostamente repetitivos, que trazem a harmonia para tudo existir e ser criado, como um lado tirano seu que precisava ser corrigido?
Será que foi nesse momento que, para expandir a sua própria consciência, que já seria a maior de todas, até quem sabe um pouco entediado com tanta perfeição, ele, numa criação ousada, inventasse o ser humano, único ser, segundo a nossa limitada consciência, capaz de fazer escolhas e de transformar o ambiente, que já seria perfeito?
Seria Deus o mais benevolente de todos,  capaz de ofertar a sua criação perfeita, de tudo o que já existia, para que uma nova criação tivesse o poder relativo de criar como Ele e de comandar outras criaturas existentes?
Nesse pensamento que se discorre, fica no ar a dúvida de,  caso as respostas acima sejam positivas, como deve estar a mente do maior criador, mais inteligente e curioso, que nunca se cansa, em seu justo julgamento? Como seria a sua reflexão perfeita sobre todos os acontecimentos atuais e os do decorrer dos tempos?
E se não foi Deus?

Obs.: A minha conclusiva reflexão nessas perguntas é de que só pode ter sido Deus. A reflexão é aberta, mas respondo para não haver equívocos de interpretação sobre o pensamento da autora no momento de escrever. O título não é uma pergunta. E a última questão continuará uma incógnita.