Por Alessandra Luiza
Quem de nós todos, ao longo de nossa trajetória, não se impressionou ao ouvir algum tema interessante que tenha sido belamente discursado, de forma clara e convincente?
Qualquer pessoa está suscetível a se encantar pelas outras que se expressam bem. Podemos dizer até que a eloquência seja uma arte. A arte da persuasão, que nem todos possuem. Por isso é tão valorizada e crível.
Mas a nossa vivência cada vez mais nos tem mostrado que quem fala bem, não necessariamente fala a verdade ou está com a razão.
É certo de que ser eloquente mantendo a lisura é de fato uma grande virtude, mas precisamos muito nos tornar mais flexíveis ao analisarmos o caráter ou a razão de alguém, considerando não somente a maneira como fala, mas também a maneira de agir condizendo com o que profere. O mesmo vale para o que se escreve, mas já considero mais remota a possibilidade de alguém assumir algo expressamente declarado em escritura sobre si mesma, que não seja verdadeiro. Normalmente as pessoas não gostam de escrever e assinar embaixo, se não estão totalmente certas de algo. Quem gosta de escrever, gosta de expressar o que sente, já quem fala, pode ter a intenção apenas de dizer como gostaria de ser ou sentir, não se comprometendo formalmente com nada, afinal, acordo verbal não vale como registro.
Eu faço esta análise observando os discursos dos nossos candidatos aos cargos políticos do nosso país e ouvindo o que os eleitores pensam sobre a fala de cada um.
Eu sinceramente fico decepcionada quando vejo pessoas, à beira das eleições, que quase nada entendem de política, mal sabem o nome do ministro da saúde, um dos mais populares, julgarem mal o nosso presidente da república porque ele não sabe falar. Existem outros detalhes bem mais importantes para serem observados como: O que ele esta fazendo de fato para o nosso país? Qual o motivo de sua popularidade? Porque ele mesmo não sabendo falar estabeleceu esta aliança diplomática tão forte com os países mais importantes do mundo? Como ele assim, tão sem jeito pra falar, ou melhor, falando tão a língua do povo, consegue encantar tantas pessoas por onde passa? Ou mesmo a canditada Dilma Roussef, que não soube rebater argumentos absurdos da oposição porque está mais preocupada com a diplomacia que com a fala.
Eu diria que DIPLOMACIA, não é o mesmo que Eloquência, esta, o poder de persuadir pela palavra e a primeira, habilidade para negociar ou tratar as pessoas.
Sendo assim, somos levados a procurar compreender o que é mais importante, o que é mais verdadeiro nestas duas palavrinhas, ou melhor, atitudes, tão persuasivas e tão diferentes uma da outra.
É por isso que hoje eu ouço muito mais atentamente a quem fala muito bem, elucubrando, procurando observar mais nos detalhes do que está sendo dito e dou muito mais chance aos que falam pouco, de se expressarem e venho me surpreendendo a cada dia ao descobrir aos poucos que a eloquência pode ser menos verdadeira e mais ilusória do que pensamos e que pessoas que falam menos podem ser mais brilhantes e iluminadas.
Nunca se esqueçam que os Psicopatas e sociopatas em sua maioria se expressam muito bem e escondem um interior sombrio e que muitos homens eloquentes comandaram nocivamente o nosso país durante anos.
Que sejamos justos e inspirados ao enxergarmos a verdade num discurso importante e que tenhamos uma eloquencia diplomática e verdadeira sempre!
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